Urbanos

Não sou chegado à natureza,

Pois, sou bicho da cidade,

Acordar com os passarinhos?!

Nem pensar!

Prefiro o som das buzinas ou

a vizinha do lado a gritar

Isso sim é que é vida,

O corre corre matinal é electrizante,

Todos com pressa e sem paciência

velejam o asfalto com destreza,

Conversas, gritos, buzinas

O chuabo do crédito

ou o cobrador do chapa do Benfica,

Miscelânea de línguas e de etnias,

Aos meus olhos de menino

este é o país das maravilhas,

As noites cintilantes,

Os bares e restaurantes,

As opções de lazer dadas a retalho

e em quantidades,

E de madrugada, as ruas se vestem em pecados,

Pois a cidade não dorme, ela descansa

e os fragmentos de beleza nela, tem infinidades,

Neste enfermo amor, te contemplo

da minha varanda,

Com efémeras vontades do natural,

Porque no fundo, a minha tribo é urbana

Por: Dércio Ferreira