Moralismo e Moralidade




Fiz da sacristia o meu parque
de diversões;
Passava la horas imerso nas escrituras
Contemplando as esculturas
Absorto em minhas tarefas de acólito

Era por todos amado
E por ter crescido naquele lugar abençoado
Apenas via o bem no mundo

Cresci entregue a rezas e ave-Marias
Devoto, não me abstinha da liturgia
E quando a tentação chegava dobrava os joelhos
E quando o diabo chamava pegava no terço
Salvando assim minha alma do mal

Mas o mal não veio de fora
Veio de dentro
O despeito a Deus e aos seus ensinamentos
Veio de quem se espera menos

Era por todos muito amado
Pelas freiras,acólitos e especialmente pelo diácono
Tão amado que fui desejado,tentado e violado
Aquele sodomita  desflorou-me
Aquele anjo caído despiu a batina
E em plena sacristia...profanou-me

 E no domingo la ele estava em plena missa
Imponente e imaculado
Sem qualquer remorso
E eu e aquelas esculturas seguíamos
Condescendentes 
Testemunhas e vitima do pecado



Escrito por: Dércio Ferreira

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