Raiva


Ténue e fina linha do equilíbrio
O decoro das gentes sufoca meu grito
Meus desejos selvagens mascarados
por um falso civismo
Meu senso comum não faz mais sentido

Dantescos cenários invoca minha mente
Fogo, sangue, morte para quem me enfurece
Minha raiva cresce enquanto serro os caninos
Com uma serra desfaço em pedaços o suposto inimigo
Num ápice se eleva meu ritmo cardíaco
Meu pulso se fecha, meu sangue ferve
Que chovam os trovões apocalipticos
Que venham tsunamis e redemoinhos
Que venha Cérberos com os seus três focinhos
Arrancar as jugulares deste patrício

E enquanto me acalmo,
Esses pensamentos, se vão dessipando
Atenuados por um pedido de desculpas
Involuntário e antipático
Ao qual eu respondo com um sarcastico sorriso

Modelo: Mariano Matsinha


Por: Dércio Ferreira


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